No dia 15 de agosto, a Igreja celebra com solene alegria a Assunção de Maria, dogma proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, que declara que a Virgem Maria, ao término de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória do Céu. Esta verdade de fé não é um mero privilégio concedido à Mãe de Deus, mas um sinal profético do que está reservado a todos os que, como ela, vivem em fidelidade a Cristo.
Maria: Imagem da Igreja Glorificada
Na liturgia, contemplamos Maria como aquela que participa de forma plena na vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Seu corpo, tabernáculo vivo do Verbo, não podia conhecer a corrupção do túmulo. Maria é a “primeira redimida”, e por isso, é também a primeira a ser glorificada. Nela, vemos antecipado o destino da Igreja: a ressurreição da carne e a vida eterna.
Como diz o Concílio Vaticano II:
“A Santíssima Virgem foi elevada à glória celeste em corpo e alma, e exaltada pelo Senhor como Rainha do universo, para que fosse mais plenamente conformada com seu Filho” (LG 59).
A Mulher do Apocalipse
Na primeira leitura da solenidade, a Igreja nos apresenta a mulher vestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça (Ap 12,1). Essa imagem tem múltiplas dimensões: representa Maria, a Igreja e até mesmo Israel. Mas em Maria ela se realiza plenamente: perseguida pelo dragão, ela dá à luz o Cristo, o Salvador.
A Assunção é a confirmação de que o mal não tem a última palavra. A mulher vence. Deus triunfa. Maria, a humilde serva, é agora Rainha, e pisa a cabeça da serpente.
Esperança para os que sofrem
Em tempos de dor, guerras, perseguições e desânimo, a Assunção nos lembra que o Céu é real, e que não fomos feitos para o túmulo, mas para a eternidade. Maria foi assunta não para se afastar de nós, mas para interceder por nós com ainda mais poder, como Mãe e Rainha.
Ela é a estrela da manhã que anuncia o dia sem fim. Onde ela está, um dia também estaremos, se permanecermos fiéis. Olhar para Maria glorificada é renovar a esperança e fortalecer a luta diária.
A Assunção e nossa vida espiritual
Celebrar a Assunção é deixar-se provocar:
- Eu tenho buscado as coisas do Alto?
- Tenho caminhado com Maria para chegar a Jesus?
- Tenho vivido minha fé como quem sabe que o Céu é meu destino?
Maria foi assunta ao Céu porque sua vida na terra foi uma contínua ascensão de amor, humildade e entrega. Que ela nos ensine a caminhar com os olhos fixos no Céu e os pés firmes na terra.
Oração
Ó Maria, elevada ao Céu em corpo e alma,
nós vos louvamos como sinal de esperança para a humanidade.
Intercedei por nós, para que também sejamos fiéis ao chamado de Deus
e alcancemos um dia a glória que vós já gozais.
Rainha do Céu, rogai por nós. Amém.